Pai, eu sou...

Pai,

Há muito tempo eu queria conversar com você. Eu tenho realmente que falar porque eu não aguento mais. Na verdade eu não sei por onde começar. Mas vou tentar. Sabe pai, eu sou diferente. Desde quando eu era criança eu sinto que sou diferente. As brincadeiras que eu gostava, as coisas que me chamavam a atenção, era tudo diferente do que os outros gostavam. Até quando os outros garotos da minha idade iam jogar bola, eu não gostava. Desde ali eu já sabia que o meu gosto não era igual ao deles. Então eu fui crescendo, e quanto mais eu crescia, mais eu tinha certeza que não ia ser igual aos outros. Agora eu me acostumei a ser assim, mas vejo que as outras pessoas me discriminam por causa do meu jeito de ser, por causa das minhas atitudes. Todos me olham diferente. Eu não sei se você já percebeu algo diferente em mim. Com certeza sim. Mas o que eu precisava mesmo era desabafar com você, queria que você soubesse a verdade da minha boca e não pelos outros. Então eu vou dizer a verdade. Está sendo muito difícil para mim dizer isso e não sei qual será sua reação quando eu te disser, mas mesmo assim não dá mais pra esconder. Bom, pai, eu sou... eu... sou... nerd.


(Você pensou que eu fosse o que? Fala sério!!!)